sexta-feira, 8 de julho de 2011
Do meio para o final do século XVII e século XVIII a política escolar passou a eliminar as crianças muito pequenas, o que contrapunha os hábitos escolares medievais os quais misturavam as idades, sendo a precocidade de certas infâncias algo aceitável. “A repugnância pela precocidade marca a primeira brecha aberta na indiferença das idades dos jovens”, implicando em um sentimento novo que distinguia uma primeira infância de uma infância propriamente escolástica. Isto é, as crianças de 10 anos eram mantidas fora do colégio. Dessa maneira conseguia separar uma primeira infância (até os 9-10 anos) de uma infância escolar (depois dessa idade). Dizia-se como justificativo do retardamento – retardamento porque até o meio do século XVII aos sete anos a criança já podia entrar na escola – que os pequeninhos eram frágeis, “imbecis”, ou incapazes.
Embora a primeira infância fosse isolada a mistura das idades ainda persistiu até o fim do século XVIII. Ainda no início do século XIX, separavam-se os maiores de 20 anos, mas não era estranha a presença no colégio de adolescentes atrasados. De fato, ainda não se sentia a necessidade de separar a segunda infância da adolescência. Entretanto no fim desse século, graças à burguesia que espalhou o ensino superior/universidade, deu-se a separação. Portanto, pode-se afirmar que, no início do século XIX, com a regularização do ciclo anual das promoções, o hábito de impor a todos os alunos série completa de classes e as necessidades de uma pedagogia nova fez-se a relação, cada vez mais, entre a idade e a classe escolar.
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