sexta-feira, 8 de julho de 2011
Na escola medieval misturavam-se todas as idades – meninos e homens, de seis a 20 anos ou mais – postos a um mesmo local, ensinados por um mesmo mestre. Essa indiferença pela idade era passada despercebida na medida em que era natural um adulto desejoso de aprender misturar-se a um auditório infantil, já que o que estava em vigor era a matéria ensinada e não a preocupação com a idade (fundamental no século XIX). Aliás, a escola medieval não dispunha de um lugar “próprio” para o ensino, fazendo-se satisfeitos dispondo de uma esquina de uma rua. Muitas vezes as aulas eram dadas no claustro, dentro ou na porta de uma igreja. Em geral, o mestre alugava uma sala, forrava o chão com palha para os alunos – velhos e jovens – sentarem-se. Realmente não havia distinção entre a criança e o adulto fazendo, desse modo, com que as pessoas passassem sem transição de uma fase a outra; “assim que ingressava na escola, a criança entrava imediatamente no mundo adulto”.
Fora da escola o mestre não conseguia controlar a vida quotidiana de seus alunos, abandonando-os a si mesmo (ausência de internato). Alguns moravam na própria casa do mestre ou na casa de um padre, mas na maioria das vezes moravam no habitante local, vários em cada quarto, misturando-se novamente as idades, ou seja, os velhos se misturavam com os jovens nas moradias, longe de serem separados por idade, portanto.
Philippe Áries deixa um questionamento sobre a negligência das idades: “Mas como poderia alguém sentir a mistura das idades quando se era tão indiferente à própria idéia de idade?”. Indubitavelmente esse é um traço peculiar da antiga sociedade, ou melhor, de origem medieval – senão persistente, enraizado na vida – para o paradigma de que a sociedade de hoje é um reflexo da anterior (ou do princípio).
Fora da escola o mestre não conseguia controlar a vida quotidiana de seus alunos, abandonando-os a si mesmo (ausência de internato). Alguns moravam na própria casa do mestre ou na casa de um padre, mas na maioria das vezes moravam no habitante local, vários em cada quarto, misturando-se novamente as idades, ou seja, os velhos se misturavam com os jovens nas moradias, longe de serem separados por idade, portanto.
Philippe Áries deixa um questionamento sobre a negligência das idades: “Mas como poderia alguém sentir a mistura das idades quando se era tão indiferente à própria idéia de idade?”. Indubitavelmente esse é um traço peculiar da antiga sociedade, ou melhor, de origem medieval – senão persistente, enraizado na vida – para o paradigma de que a sociedade de hoje é um reflexo da anterior (ou do princípio).
Nos dias de hoje ainda encontramos modelos semelhantes onde a idade não é critério para separação por classes. No interior do Brasil, onde existem poucos recursos para a educação, crianças e jovens tem aulas juntos, muitas vezes em ambientes precários. Há também a modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos onde a preocupação não é a idade e sim a matéria a ser transmitida.
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